EE-9 Cascavel

Descrição

O EE-9 Cascavel surgiu na década de 1970 de uma iniciativa militar brasileira para desenvolver um substituto nacional para sua envelhecida frota de carros blindados M8 Greyhound da Segunda Guerra Mundial. Uma empresa de engenharia civil assumiu o projeto posteriormente e, em 1970, um novo protótipo foi concluído, entrando em produção quatro anos depois. O projeto do veículo compartilha inúmeros componentes com o EE-11 Urutu, seu correspondente veículo blindado de transporte de pessoal (VBTP). Os modelos iniciais eram equipados com o canhão principal e a torre dos antigos Greyhounds, mas estes foram logo sucedidos por variantes equipadas com uma torre de projeto francês e, finalmente, uma torre proprietária que abrigava um canhão belga de 90mm licenciado.

Este veículo de seis rodas foi desenvolvido principalmente para missões de reconhecimento. Sua configuração apresenta um compartimento do motorista na parte frontal esquerda, uma torre central e um motor e transmissão montados na traseira. O casco é caracterizado por uma distintiva forma de barco com um glacis frontal acentuado. Enquanto os modelos iniciais apresentavam uma torre manual, as variantes subsequentes incorporaram um giro elétrico. O armamento principal na maioria dos modelos é um canhão de 90mm capaz de disparar projéteis de alto explosivo, alto explosivo anticarro e alto explosivo de cabeça deformável. Este canhão principal é complementado por uma metralhadora coaxial. O sistema de controle de tiro era inicialmente rudimentar, mas foi posteriormente aprimorado com um telêmetro a laser em serviço brasileiro. Notável por seu projeto robusto e simplificado, o Cascavel utiliza muitos componentes comuns na indústria civil e apresenta uma suspensão traseira única em forma de bumerangue. Modelos de produção tardia também foram equipados com pneus run-flat e um sistema central de regulagem da pressão dos pneus.

O Cascavel foi amplamente exportado e teve extenso serviço de combate com mais de vinte nações na América do Sul, África e Oriente Médio. Sua história operacional inclui implantações bem-sucedidas por forças líbias contra tanques egípcios durante a Guerra Líbia-Egípcia e uso extensivo no conflito Chade-Líbia. Cascavéis iraquianos demonstraram notável mobilidade contra tanques iranianos mais pesados durante a Guerra Irã-Iraque e posteriormente entraram em ação durante a Operação Tempestade no Deserto e conflitos subsequentes na região. O veículo também foi utilizado por forças colombianas durante o cerco ao Palácio da Justiça em 1985 e por tropas zimbabuanas que intervieram na Segunda Guerra do Congo. Sua combinação de baixo custo, manutenção simplificada e disponibilidade politicamente irrestrita o tornou uma opção atraente para muitas forças armadas, particularmente durante a Guerra Fria.

Resumo

País de origem🇧🇷 Brasil
CategoriaVeículo blindado leve
SubtipoVeículo de Reconhecimento 6x6
FabricanteEngesa
Número produzido1738 unidades
Preço médio estimado por unidade$0,5 milhão

Especificações técnicas

Tripulação3 (commander, driver, gunner) efetivo
Alcance750 km
Massa12,0 toneladas
Altura2,6 m (8,5 ft)
Largura2,59 m (8,5 ft)
Comprimento6,29 m (20,6 ft)
Velocidade máx.100 km/h (62 mph)
MotorDetroit Diesel 6V-53N 5.2 L (320 in3) 6-cylinder water-cooled diesel 158 kW (212 hp) at 2,800 rpm
Arma 11 × 90mm Engesa EC-90 (44 rounds)
Arma 22× FN MAG (2,200–2,400 rounds)
Arma 3MAX 1.2 AC anti-tank missiles

Operadores históricos

Wikipedia e outras fontes abertas.